O Vale das Rainhas de Luxor não goza da fama do Vale dos Reis: a de Tutancâmon exemplifica esse magnetismo que ainda hoje se tem por esses túmulos, entre os quais também se destacam outros como o de Seti I ou Tutmósis III. Mas os túmulos desta necrópole (quase totalmente feminina) têm um valor e uma beleza extraordinários. Por isso, se você tiver tempo em sua viagem, pode considerar a opção de adicionar a visita a este local.
Conhecendo o Vale das Rainhas
Como o próprio nome indica, o Vale das Rainhas é o conjunto de wadis onde foram construídos os túmulos das mulheres e filhas dos faraós, embora neste espaço também se encontrem alguns espaços funerários de homens intimamente relacionados com os faraós.
Sua datação remonta principalmente às dinastias XIX e XX (século XIII a.C.), embora também existam espaços funerários anteriores, quando os enterros em pirâmides já haviam sido completamente descartados: era preferível um espaço mais discreto e escondido para evitar o saque e pilhagem que já ocorriam naquela época.
Sua localização, assim como o Vale dos Reis, está na margem ocidental de Luxor (a antiga Tebas), a uma distância de 1 km em linha reta, mas sem comunicação direta por estrada ou trilha. Estima-se que existam cerca de uma centena de espaços funerários, um número maior que o do Vale dos Reis (pouco mais de 60, aproximadamente). Para identificá-los corretamente, utiliza-se o termo QV (Queen’s Valley) seguido de um número. No entanto, os mais populares são conhecidos pelo nome da pessoa que o ocupava.
Dois túmulos destacados do Vale das Rainhas
Apesar do grande número de túmulos encontrados no Vale das Rainhas, a grande maioria apresenta grande deterioração, resultado dos saques ocorridos no passado por ladrões de túmulos, mas também porque muitos deles foram abandonados logo após o início de sua construção.
De fato, os que podem ser visitados podem ser contados nos dedos de uma mão. No entanto, existem algumas excepções notáveis, principalmente duas: o túmulo de Tyti e o túmulo de Nefertari.
O túmulo de Tyti (QV52) foi o primeiro a ser descoberto, em 1816. E deve ter causado grande admiração, pois é um dos mais espetaculares. Tyti foi filha e esposa de Ramsés III, um dos faraós mais poderosos da XIX dinastia. Sob um teto de céu estrelado, contemplam-se paredes protegidas por vidros, com relevos que ainda conservam certa policromia. Em suas cenas, numerosas oferendas aos deuses protagonizadas pela própria Tyti.
O outro grande túmulo do Vale das Rainhas é o de Nefertari (QV66), conhecido por ter sido uma demonstração de amor de seu esposo, o faraó Ramsés II, à sua rainha favorita. Tudo aqui transpira beleza e juventude, com um colorido tão intenso e vivo que permite até mesmo apreciar os pretendidos efeitos de transparência de seu vestido.
Informações para visitar o Vale das Rainhas
A visita ao recinto do Vale das Rainhas é realizada das 6h00 às 17h00 na temporada de verão, enquanto durante o Ramadã e a temporada de inverno, o fechamento é antecipado para as 16h00.
A entrada geral custa 220 EGP, com desconto de 50% para estudantes (110 EGP) e preços especiais para egípcios e árabes. Em qualquer caso, recomendamos consultar antes a situação do recinto durante sua viagem, pois pode haver túmulos fechados por trabalhos de conservação, e o túmulo de Nefertari pode estar sujeito a uma taxa adicional.